sexta-feira, 13 de maio de 2011

V SEMANA DE ARQUITETURA E URBANISMO-UNINORTE

domingo, 30 de janeiro de 2011

História da arquitetura do Acre

Estava navegando na net e achei esse texto no site do vitruvius, da arquiteta Ana Lúcia,colega, professora da Uninorte e pesquisadora da Arquitetura Acreana, escrito juntamente com o arquiteto Luiz Amorim. Resolvi postá-lo aqui para ajudar a divulgar um pouco mais sobre a evolução urbana e história da arquitetura do Acre. Vale a leitura. É um inventário maravilhoso, para arquitetos, historiadores, estudantes e leigos, para acreanos e não acreanos também.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Boneca de pano no design


Os Irmãos Campana inovaram mais uma vez, a cadeira Multidão é feita com bonecas de pano do Nordeste e segundo eles, representam a migração para o Sudeste. Unir estilos e materiais diferentes no design podem funcionar perfeitamente, essa junção de elementos regionais com contemporâneos confere personalidade ao ambiente. Os Irmãos arrasaram, linda!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Combate à dengue X urbanismo

Vista aérea de Rio Branco-AC.

O problema da dengue aqui em Rio Branco é alarmante, e não é só uma questão dos poderes públicos. É sabido que a maior parte do município não é saneada e também não recebe água potável, em muitas residências a água é obtida através de poços artesianos ou poços amazônicos. Como estamos no período de chuva – o inverno amazônico-  muita gente usa a caixa d`água sem a tampa para reservar a água pluvial. O que poderia ser louvável, se olharmos sob o ponto de vista ecológico, porém, essa necessidade básica, ao qual todo cidadão tem direito, torna-se uma arma contra ele mesmo. Pois é aí que o mosquito deposita suas larvas. Mas também não é só isso, o acúmulo de coisas inúteis nos quintais, vasos, pneus, entulho, enfim. Tenho visto o “caminhão da Prefeitura” retirar tanto lixo das casas, que parecem que passam o ano acumulando, esperando o poder público passar para limpar os seus quintais.
Entulhos na rua que foram retirados das casas- à espera da coleta.

Manter a área externa da casa limpa é uma tarefa para ser feita ao longo do ano, e cada morador deve ser responsável por isso. E aos poderes públicos cabem fornecer água potável, saneamento básico, ruas asfaltadas, postos de saúde adequados, aliás, atuar com prevenção para evitar a superlotação nos centros de saúde. E isso se faz com planejamento e projeto urbanístico, é aí que entra o arquiteto e urbanista - ao contrário do que muitos pensam, arquiteto não só desenha - juntamente com uma equipe de engenheiros civis, sanitaristas, ambientais, entre outros, para a elaboração de projetos urbanísticos, que irão contemplar toda infraestrutura necessária a urbes, ou seja, à cidade e ao cidadão, melhorando a qualidade de vida e fazendo com que o seu desenvolvimento não acarrete problemas futuros. Como por exemplo, a ocupação em áreas irregulares, o que dificulta a ação do poder público em fornecer a infraestrutura básica.  Recentemente, vimos as tragédias ocorridas, em Petrópolis e Teresópolis, fruto da falta de um bom planejamento urbanístico e habitacional, somado a outros fatores.
Cada cidadão deve combater o mosquito. Esse não é o primeiro ano que a epidemia ocorre, portanto todo mundo já sabe o que deve ser feito. Vamos cuidar, porque dengue mata, e apesar de ser repetitivo é uma verdade. Quanto a nós, urbanistas e futuros, vamos continuar tentando conscientizar a população e os poderes públicos quanto à importância de um planejamento adequado.

Fontes das imagens:

http://www.pmrb.ac.gov.br/v4/index.php?option=com_phocagallery&view=detail&catid=2&id=12&tmpl=component&Itemid=46


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Combogó, cobogó, cobogow ou combogol!!??



Quando comecei a dar aula, me surpreendi com a grafia de uma palavra que até então, pra mim, sempre foi corriqueira desde a infância. Tratava-se de um desenho arquitetônico, onde o aluno estava indicando um elemento vazado, e estava escrito combogow. Confesso que inicialmente até achei engraçado, e pensei que o aluno havia se confudido e escrito um “w” onde não existia. Com o passar das aulas, notei que é assim que o elemento vazado ficou conhecido aqui no Acre, o que se confirmou quando vi  uma propaganda na televisão de uma loja de material de construção, onde a grafia era a mesma.
Claro que como arquiteta, professora e pernambucana, não podia deixar de corrigir os alunos todas as vezes em que o equívoco ocorria, mesmo que fosse algo culturalmente entranhando na linguagem coloquial do acreano. Digo isto porque ouvi outras pessoas, inclusive profissionais da área, repetirem o mesmo engano. 

Então, lembrando disto, pensei em um post sobre o tema.
O cobogó é um nome dado ao elemento vazado, muito utilizado na década de 20  pelos engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de is, que patentearam o nome com as iniciais de seus sobrenomes, aceita também a forma gramatical combogó, pois é, o combogó ou cobogó ( e não, nunca, jamais, combogow ou derivações similares), é uma invenção pernambucana, inspirada nos muxarabiês, tramas vazadas de madeira, muito usada na arquitetura moura, presente no início da colonização pernambucana, ainda hoje os muxarabiês são encontrados em algumas casas.
Com a intenção de manter a privacidade sem comprometer a luminosidade e a visibilidade de dentro pra fora  da edificação.
Os cobogós foram e ainda são bastante utilizados, embora tenham seu momento kitsch, em fachadas e como divisórias nos ambientes internos. Pois permitem uma “quebra” da incidência solar direta e ainda um melhor aproveitamento da ventilação natural. Um ótimo elemento para a região nordeste.

Um dos marcos do modernismo no Brasil, um dos mais importantes edifícios do patrimônio brasileiro: a Caixa d’Água de Olinda, no Alto da Sé, projetada pelo arquiteto Luiz Nunes em 1936, um dos pioneiros da arquitetura moderna brasileira.


Caixa d'água de Olinda
Caixa d'água de Olinda- vista da fachada em cobogó.


Localizada em um sítio histórico colonial, causou muita polêmica, devido ao uso de pilotis e a forma pura da construção, que utiliza uma fachada cega e outra totalmente vazada, como cobogós.











Oscar Niemeyer, entre outros modernistas utilizaram muito os cobogós, juntamente com os brises, em várias fachadas, principalmente em Brasília.


Um outro edifício muito peculiar, localizado no bairro do Recife Antigo, em Recife,é o Edifício Luciano Costa, que até bem pouco tempo apresentava a junção de dois estilos, de  duas épocas diferentes. Construído em 1915, em estilo eclético, o prédio foi encoberto por uma nova fachada, com cobogós, em 1959, configurando um estilo modernista. 
  
Fachada original de 1915 do edifíco Luciano  Costa-Recife Antigo-Recife-PE

 

Fachada do edifício depois da intervenção de Delfim Amorim, sofrida em 1959- uso de cobogós formando um véu na fachada original.
  O prédio passou por uma reforma, onde seus elementos vazados foram retirados e a fachada original foi resgatada.
Fachada do edifíco após retirada recente dos cobogós.



Originalmente feitos em cimento, hoje podem ser encontrados em diversos materiais, como cerâmicos, vidros, esmaltados, mármores e etc.



Cobogó genuíno

Cobogó Haaz- uma versão mais atual feita em mármore branco para uma exposição na Turquia-criação do arquiteto Márcio Kogan. 

Cobogó em trama de palhinha do arquiteto Cícero Ferraz da Cruz, da Brasil Arquitetura
Galeria de arte da Casa Cor Brasília 2008-projeto Domo Arquitetos
Particularmente gosto do uso do combogó, mas é preciso estar atento para a harmonia entre o modelo e a tipologia da fachada. Outros itens importantes a serem considerados são em relação ao nível de  insolação e  ventilação. O efeito conseguido ao longo do dia com a variação da iluminação provoca visualizações internas diferentes e bastante agradáveis. 
Escola infantil em Natal-RN-projeto Felipe Bezerra-efeito visula circulação interna
Vista da fachada- Escola infantil
Efeito visual da fachada

Aqui na região norte, uma outra preocupação é com relação às chuvas,  pois dependendo de como for empregado, com certeza havéra muita água adentrando a edificação através dos cobogós.
Painel de cobogós amerelos-projeto da arquiteta Renata Pedrosa


A noite o  modelo em círculos destes cobogós projetam um efeito de bolas na parede de trás-projeto da arquiteta  Jovita Torrano


Vocês poderão encontrar mais imagens no site http://casa.abril.com.br/materias/materiais-construcao/cobogos-fashion-cores-modelos-novos-usos-elemento-vazado-615732.shtml#4.

Fontes consultadas:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.005/975







domingo, 16 de janeiro de 2011

Arquitetura no Acre

 Foto  da fachada principal da OCA.
http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14534&Itemid=26

Inaugurada em Rio Branco a Organização Central de Atendimento, um local para serviços de atendimento ao cidadão. Com arquitetura contemporânea, a edificação é bem racionalizada e como não poderia deixar de ser, bastante funcional. Suas fachadas são recuadas com fechamento em pano de vidro e uma cortina de brises horizontais fixos. Com uma semi-cúpula central com estrutura métalica, fechamento em vidro laminado e revestida com os brises, fazendo uma alusão a uma oca índigena. Os brises que aparentam serem de madeira, são feitos de perfis metálicos, conferindo uma maior durabilidade e um baixo custo de manutenção.


 Foto  do mezanino da OCA.
http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14534&Itemid=26
 Atentem para a escultura do condor mais ao fundo e da revoada de pássaros mais acima. Integração entre arquitetura, interiores, decoração e arte. 

Arquitetura do Acre, no Acre, para o Acre.

Ultimamente Rio Branco tem recebido muitos investimentos em infraestrutura urbana, claro, ainda há muito que se fazer, mas tem avançado. Estou aqui há apenas 3 anos, e já vi muita coisa mudar. Os mais “antigos” dizem, que há 10 anos a cidade era outra, ainda mais precária. Bem, muitos têm curiosidade sobre Rio Branco e o Acre de um modo geral, afinal, um estado na floresta amazônica desperta isso. Porém Rio Branco é uma cidade como outra qualquer, guardada as devidas proporções, pois a população ainda é pequena e área territorial muito grande. O Estado gera pouca receita, então, tanto o estado quanto os municípios, basicamente precisam de recursos federais para os investimentos necessários em infra-estrutura urbana, arquitetura e construção. As empresas privadas de construção ainda dependem dos órgãos públicos.
Mas, gradativamente a arquitetura típica acreana vem mudando de tipologia. Aproveitarei esse espaço para divulgar a arquitetura do Acre, no Acre e para o Acre. Aguardem!